Disponível desde 10 de outubro, Battlefield 6 abriu a temporada de grandes shooters de 2025, chegando um mês antes de seu principal concorrente, Call of Duty: Black Ops 7. A disputa entre as duas franquias reacendeu a velha pergunta: qual é o melhor?
No caso do novo título da EA, a resposta tem pendido claramente para o lado de Battlefield. O jogo marca um retorno às raízes da série, com foco em uma guerra moderna mais pé no chão, bastante imersiva e distante do fracasso que foi Battlefield 2042. Já Call of Duty, por outro lado, apostou novamente em um futuro tecnologizado e distante da realidade, um caminho que os fãs da franquia já demonstraram não apreciar tanto — e que, desta vez, ainda veio acompanhado de algumas escolhas bem estranhas.
O consenso atual é que Battlefield 6 é superior a Black Ops 7. Mas a pergunta que fica é: o quão melhor ele realmente é?
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## 4. Guerra real x guerra genérica
A temática escolhida pela EA para Battlefield 6 é uma guerra moderna ambientada nesta década, colocando a OTAN em confronto com um exército privado que surge espalhando o caos, com uma boa dose de intriga política. A campanha em si não é memorável, nem chega perto do carisma de personagens de jogos como Bad Company 2, mas ainda assim é MUITO melhor do que o que foi entregue em Call of Duty: Black Ops 7.
Mesmo considerando a linha do tempo em que as duas histórias se passam, a diferença entre os anos de BF6 e BO7 não chega a 10 anos. Ainda assim, a sensação é completamente distinta. No caso de Black Ops 7, muitas pessoas já se depararam com trechos da campanha circulando pela internet — e, sim, é tão esquisito quanto parece. O problema não está apenas em cenas específicas, mas no pacote completo: a guerra futurista de 2035 torna tudo excessivamente genérico e sem vida, com tecnologia demais e verossimilhança de menos.
Enquanto isso, Battlefield 6 acaba se destacando quase sem esforço, justamente por apostar em uma ambientação mais concreta e reconhecível, ainda que não seja perfeita.
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## 3. Imersão que coloca você dentro da guerra
A imersão sempre foi uma das marcas registradas de Battlefield, e em BF6 isso volta a aparecer com força. Não é só a temática que ajuda; os aspectos técnicos reforçam a sensação de estar em um verdadeiro campo de batalha.
Visualmente, Battlefield 6 é impressionante, sobretudo nos cenários. Já Black Ops 7 leva vantagem apenas no detalhamento dos modelos de personagens, uma das poucas áreas em que o jogo da Activision realmente se sobressai.
A destruição de cenários é outro ponto em que Battlefield 6 brilha e amplia a imersão. Desde uma granada detonando perto de uma parede até um tanque avançando e destruindo tudo no caminho, o ambiente reage intensamente ao combate. Elementos menores, como carros estacionados ou objetos espalhados pelo mapa, também podem ser destruídos — algo completamente ausente em Black Ops 7, onde o cenário é bem mais estático.
No som, o cuidado é igualmente perceptível. Tiros rasgando o ar, explosões de tanques, gritos, o barulho caótico do combate: tudo é traduzido por um design de áudio caprichado, essencial para fazer o jogador se sentir verdadeiramente no meio de uma guerra.
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## 2. Escala de conflito que lembra uma guerra de verdade
Aqui entra um ponto que toca diretamente no gosto pessoal de cada jogador. Battlefield 6 oferece partidas em escala de guerra, com mapas amplos o suficiente para comportar não só infantaria, mas também veículos terrestres e aéreos, como helicópteros e caças — todos opcionais, mas que ampliam as possibilidades de jogo.
Com isso, o jogador pode escolher abordagens bem diferentes: ser um sniper furtivo, avançar loucamente para a linha de frente no melhor estilo “Leeeroy Jenkins”, pilotar um caça ou controlar outro veículo pesado. Há espaço para estratégias variadas e para um ritmo de jogo que lembra mais um conflito militar em larga escala.
Black Ops 7 segue outra proposta. Seus mapas são bem menores, com foco em combates rápidos e intensos. A experiência puxa mais para reflexos e destreza, com personagens deslizando pelo chão, pulando em paredes e trocando tiros em alta velocidade. Não há veículos nem a sensação de um front de guerra amplo; tudo parece mais próximo de um “arena shooter” do que de um retrato de conflito armado em larga escala.
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## 1. Aceitação do público
Não se trata apenas de opinião individual: os números também reforçam a ideia de que Battlefield 6 se saiu melhor.
No Steam, o jogo teve pico de 747 mil jogadores simultâneos já no lançamento, depois de ter quebrado recordes ainda na fase de beta aberto. No dia a dia, a base ativa passa de 200 mil jogadores, e isso considerando apenas a plataforma da Valve.
Visualmente, o impacto também se nota de imediato: Battlefield 6 é um jogo bonito, algo que salta aos olhos logo nas primeiras partidas.
Em relação à recepção, a aprovação do público no Steam chegou perto dos 90% antes da primeira temporada. Com a chegada desse conteúdo e do modo battle royale — que gerou divisão entre os jogadores —, o índice caiu para cerca de 65%. No Metacritic, Battlefield 6 registra nota 83 da crítica e 7,0 entre os usuários.
Já Black Ops 7 teve números bem mais modestos. No lançamento, o pico foi de 100 mil jogadores, com média diária um pouco acima de 70 mil. A taxa de aprovação ficou em 58% (ainda que esse número tenha começado a subir com o tempo). No Metacritic, o jogo recebeu nota 70 da crítica e 7,1 dos jogadores.
Mesmo assim, o novo Call of Duty acabou chamando atenção por um motivo nada desejado: sua campanha virou meme na internet. Difícil imaginar que algum grande lançamento tenha como aspiração ser motivo de piada antes mesmo de consolidar sua base de fãs.
Nesse cenário, a vantagem de Battlefield 6 sobre Black Ops 7 não parece ser apenas uma questão de preferência individual, mas algo refletido tanto na recepção crítica quanto no engajamento da comunidade.