Vibe Coding: O Perigo de Construir Castelos de Areia com IA

26/12/2025
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Vibe coding é a prática de programar com a ajuda de IA, sem escrever código diretamente — apenas instruindo o sistema por meio de prompts. Mas, segundo Michael Truell, CEO e cofundador do Cursor, essa abordagem pode criar “bases frágeis” que, com o tempo, levam aplicativos e projetos a “desmoronar”.

“Se você fechar os olhos e não acompanhar para o código, usando as IAs para construir coisas com bases frágeis, à medida que você coloca outro andar, e outro, e outro, e outro, as coisas meio que começam a desmoronar”, afirmou Truell durante uma conferência de IA promovida pela revista Fortune.

O Cursor é uma ferramenta que utiliza IA para apoiar desenvolvedores: ela gera ou atualiza trechos de código a partir de instruções em linguagem natural e traz recursos de autocompletar, busca e reescrita assistida. Essas capacidades colocam o Cursor em destaque entre as soluções que ajudam a transformar ideias em código com menos intervenção manual.

Ferramentas como ChatGPT e Gemini passaram a ser usadas para gerar código do zero, o que facilitou o acesso de quem tem menos experiência técnica à criação de sites, jogos e protótipos — prática que ganhou o apelido de vibe coding. Truell reconhece que, em breve, escrever as primeiras linhas de um produto pode se tornar menos frequente, mas alerta para a necessidade de não perder o controle sobre o código.

Para ele, o vibe coding é ideal para produzir protótipos rápidos de jogos ou sites, mas tende a falhar conforme o projeto cresce em complexidade. A própria promoção do Cursor dialoga com essa visão: a ferramenta oferece recursos mais avançados do que chatbots de uso geral, o que torna essa discussão também um meio indireto de destacar suas capacidades.

A empolgação inicial com o vibe coding já foi mais intensa. Garry Tan, CEO da Y Combinator, chegou a afirmar que a IA faria “dez programadores valerem por cem”. Mais recentemente, entretanto, líderes do Vale do Silício têm adotado um tom mais cauteloso. Andrej Karpathy, cofundador da OpenAI, salientou que o método tem limitações e pode trazer vulnerabilidades de segurança. E, na visão do CEO do GitHub, aprender a programar continua sendo algo valioso — mesmo na era das IAs que geram código.

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