Como todo ano, 2025 trouxe jogos que desafiam a paciência e a persistência — aqueles títulos que fazem qualquer jogador pensar em desistir várias vezes. Embora os soulslike venham sempre à mente quando falamos de dificuldade, a lista deste ano traz uma boa variedade: terror, ação, plataforma, RPG e, claro, alguns soulslike. Abaixo, nossos escolhidos entre os lançamentos mais implacáveis de janeiro a dezembro de 2025.
1. Routine
O primeiro da lista chega como um jogo brutalmente exigente. A dificuldade de Routine nasce da ausência de feedback artificial: não há HUD — sua única interface é o C.A.T. (Cosmonaut Assistance Tool) — e você precisa olhar fisicamente para ele para checar baterias ou munição. Tudo no jogo é lento e deliberado: mirar, recarregar e até abrir portas são ações manuais e arrastadas. A IA dos robôs é implacável e não segue scripts; sendo visto, escapar é complicado pela física “pesada” do personagem. É uma experiência analógica em um mundo digital letal, um quebra-cabeça óbvio que, ainda assim, você tem dificuldade em enxergar.
2. Cronos: The New Dawn
A Bloober Team trocou o tom de walking simulator por um survival horror focado em gestão extrema de recursos. A escassez é proposital — e, para alguns, excessiva —: munição raramente é suficiente, forçando o uso das mecânicas de viagem no tempo para resolver puzzles sob pressão. Em muitos combates é possível fugir e deixar monstros para trás, mas quando o jogo te encurrala em uma sala, a aflição é intensa. O sistema de save manual e pouco frequente adiciona tensão psicológica adicional — morrer pode significar perda de progresso, embora exista também save automático.
3. Ninja Gaiden 4
Lançado em outubro, o retorno da franquia confirma que a Team Ninja continua a punir jogadores exigentes. Controlando Yakumo, a janela de invencibilidade nas esquivas (i-frames) é curta, e a IA dos inimigos chega a “ler” seus inputs se você repetir os mesmos combos, forçando variação técnica constante. É um título que demanda execução mecânica quase perfeita: apertar botões sem técnica pode resultar em Game Over já na primeira fase, mesmo sendo um hack ’n’ slash.
4. Wuchang: Fallen Feathers
Neste soulslike, a dificuldade vem da agressividade da IA. Chefes mudam padrões de ataque no meio das animações, o que pune quem tenta curar no momento errado — alô, Gwyn de Dark Souls. As janelas de parry são mais estreitas do que em Sekiro, e o jogo mistura isso com efeitos de status que drenam vida, exigindo gerenciamento de itens durante o combate. Uma das maiores barreiras é entender as mecânicas específicas de cada arma: dominar uma reduz a dificuldade, mas não torne o jogo fácil automaticamente.
5. Khazan: The First Berserker
Já considerado por muitos um dos soulslike mais difíceis, Khazan tem momentos extremamente punitivos, especialmente nas lutas contra chefes, que são agressivos e possuem muita vida. Esquivas e parries exigem reflexos apurados, e a janela de invencibilidade é menor que em outros títulos do gênero. Apesar do desafio severo, o jogo foi bem recebido por permitir que jogadores superem as provações ao compreenderem e dominarem suas mecânicas.
6. Clair Obscur: Expedition 33
Não se deixe enganar pelo rótulo de RPG por turnos: o principal desafio é um sistema reativo que exige ações em tempo real durante o turno inimigo. É preciso esquivar e parry com timing rápido — verdadeiros QTEs —; errar significa sofrer dano pesado, acertar traz recompensas importantes. Cada inimigo tem seu próprio ritmo, e dominá-lo é essencial. Muitos o apelidaram de “Sekiro dos RPGs em turno” por essa combinação; quando os chefes não exigem tanto ou você já domina os movimentos, o jogo vira bem mais tranquilo.
7. Hollow Knight: Silksong
A Team Cherry compensou a rapidez de Hornet aumentando a velocidade geral do título. Inimigos são mais velozes e o combate ganha verticalidade, tudo inserido em cenários que podem ser letais. A dificuldade se concentra em trechos de plataforma de precisão que frequentemente se misturam ao combate — é raro lutar em chão firme. Essas mudanças deixaram Silksong mais desafiador que o jogo original.
8. Bionic Bay
A dor de cabeça de Bionic Bay não vem tanto dos inimigos, mas da física do próprio jogo. A inércia é implacável: o título usa uma física de fluidos e gravidade muito realista, onde o momentum precisa ser calculado com precisão quase pixel a pixel. A mecânica de troca de posição exige que você antecipe vários movimentos à frente enquanto cai em queda livre. Não há margem para erro; a física pune sem piedade.
Poderíamos citar ainda outros nomes difíceis lançados em 2025, como Hades 2 e Hell is Us, ou mencionar o sempre desafiador cenário de jogos multiplayer (como Arc Raiders e Battlefield 6), mas os oito títulos acima foram os que mais testaram a paciência e a habilidade deste redator ao longo do ano.