O lançamento do primeiro chatbot de IA do DeepSeek no início do ano chegou a abalar o mercado — mas desde então a startup chinesa não conseguiu repetir o sucesso e enfrenta dificuldades crescentes.
O principal entrave tem sido o adiamento do DeepSeek R2, apontado como a nova geração do modelo da empresa. A versão deveria ter sido lançada em maio, porém foi postergada depois que o CEO Liang Wenfeng se declarou insatisfeito com o desempenho da ferramenta.
O atraso suscitou dúvidas sobre a capacidade da companhia de competir com os gigantes do setor, especialmente considerando que a estrutura da startup é menor do que a de rivais como a OpenAI. A pressão aumentou ainda mais por causa de uma polêmica recente envolvendo os chips supostamente usados no treinamento do novo modelo. No início de dezembro, surgiu a reportagem de que a empresa estaria empregando chips Blackwell, da Nvidia — dispositivos que, segundo regras dos Estados Unidos, não podem ser exportados para a China. A Nvidia, por sua vez, afirmou não ter comprovação de que seus chips foram desviados.
Apesar do revés com o R2, o DeepSeek veio anunciando atualizações do modelo original, mas essas melhorias não bastaram para recuperar o ímpeto inicial. Quando foi lançado, em 20 de janeiro, o aplicativo alcançou o topo da App Store da Apple, destacando-se por desempenho semelhante ao do ChatGPT com custo bem inferior. Desde então, porém, o interesse dos usuários pelo modelo chinês diminuiu.
A empresa espera que a tão aguardada chegada do R2, prevista para as próximas semanas, possa voltar a impulsionar sua participação na corrida da IA.