Bilionários da Tecnologia Acumulam Riqueza Recorde em 2025 Impulsionados pela Corrida da Inteligência Artificial

27/12/2025
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Dez dos maiores bilionários do setor de tecnologia dos Estados Unidos terminaram 2025 com um ganho combinado superior a US$ 500 bilhões (aproximadamente R$ 2,7 trilhões), impulsionados pela corrida global em torno da inteligência artificial (IA).

Na véspera de Natal, o patrimônio conjunto desse grupo atingiu US$ 2,5 trilhões (cerca de R$ 14 trilhões), resultado de uma valorização que superou o desempenho do S&P 500, que subiu pouco mais de 18% no ano. Gastos recordes com chips, data centers e novos softwares de IA foram os principais motores dessa alta, transformando fundadores e CEOs do Vale do Silício nos maiores beneficiários do movimento. Ao mesmo tempo, o avanço acelerado da riqueza reacendeu discussões sobre concentração de renda e sobre até que ponto o mercado tem precificado resultados que ainda não se provaram no mundo real.

Musk e Nvidia marcam etapas históricas graças à IA

No topo da lista está Elon Musk, que ampliou seu patrimônio em quase 50% ao longo de 2025, alcançando cerca de US$ 645 bilhões (R$ 3,5 trilhões). O salto foi resultado da combinação entre um acordo salarial bilionário na Tesla e a reavaliação da SpaceX, agora estimada em US$ 800 bilhões (R$ 4,4 trilhões). O mercado interpreta que Musk controla ativos-chave em mobilidade, espaço e computação intensiva — três frentes diretamente ligadas à expansão da IA.

Em outubro, Musk se tornou o primeiro bilionário a ultrapassar a marca de US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões) em patrimônio. Projeções de analistas indicam que, se metas futuras da Tesla forem cumpridas, ele pode vir a se tornar o primeiro trilionário em dólar da história.

Outro protagonista é Jensen Huang, CEO da Nvidia. A empresa foi a primeira a atingir valor de mercado de US$ 5 trilhões (R$ 27,7 trilhões), consolidando seu papel como fornecedora essencial dos chips usados para treinar e operar modelos de IA. Com essa valorização, Huang entrou no top 10 global de bilionários, com fortuna estimada em US$ 159 bilhões (R$ 881 bilhões). Parte desses ganhos foi realizada: Huang e Jeff Bezos venderam bilhões de dólares em ações, reduzindo sua exposição pessoal ao risco.

Movimentos em outras grandes fortunas

Larry Page e Sergey Brin viram suas fortunas crescerem mais de US$ 190 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão), impulsionadas pelos avanços do Google em modelos próprios de IA e pelos chips da família Tensor. Larry Ellison, da Oracle, teve seu patrimônio rapidamente inflado após o anúncio de um contrato de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) para fornecimento de data centers ligados à OpenAI.

Euforia, alerta para bolha e reações políticas

Economistas alertam para o caráter altamente especulativo dessa riqueza: grande parte das fortunas está atrelada à expectativa de que a IA gere retornos futuros capazes de justificar o atual volume de investimentos — algo que, em muitos setores, ainda não se materializou de forma consistente. Essa tensão também se refletiu entre os gigantes: Mark Zuckerberg perdeu posições no ranking depois que ações da Meta recuaram, pressionadas por preocupações de investidores sobre gastos bilionários em infraestrutura e contratação agressiva de pesquisadores. O mercado passou a questionar não a relevância da IA, mas o ritmo e o custo dessa aposta.

Há exceções: Bill Gates foi o único da lista a encerrar 2025 com queda no patrimônio, resultado da venda contínua de ações para financiar iniciativas filantrópicas — uma redução que reflete decisão deliberada de redistribuição de capital, não desconfiança tecnológica.

Autoridades monetárias e governos também soaram o alerta. O Banco da Inglaterra mencionou o risco de uma “correção súbita” nos mercados globais caso as expectativas em torno da IA não se confirmem. Esse receio já afetou empresas como a Oracle, cujas ações chegaram a cair 40% em relação ao pico de setembro, em meio a dúvidas sobre como financiar sua expansão física de centros de dados. Paralelamente, o avanço dessa elite ultra-rica fortalece propostas de taxação de grandes fortunas como forma de reequilibrar economias cada vez mais concentradas.

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