Nvidia Fecha Mega Aquisição de US$ 20 Bilhões com Startup de Chips de IA Groq

25/12/2025
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A Nvidia fechou a compra dos ativos da startup Groq, especializada em chips aceleradores de alta performance para inteligência artificial (IA), por cerca de US$ 20 bilhões (R$ 110,4 bilhões) em dinheiro, segundo informações divulgadas à imprensa. A confirmação veio de Alex Davis, CEO da Disruptive — o fundo que liderou a rodada mais recente de investimentos na Groq, em setembro.

Davis informou que seu fundo já aportou mais de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) na Groq desde a criação da companhia, em 2016, e que o acordo foi concluído rapidamente. Três meses antes, a Groq havia levantado US$ 750 milhões (R$ 4,1 bilhões) em uma rodada que avaliou a empresa em cerca de US$ 6,9 bilhões (R$ 38 bilhões). Entre os investidores dessa rodada estavam BlackRock, Neuberger Berman, Samsung, Cisco, Altimeter e a 1789 Capital, da qual Donald Trump Jr. é sócio.

Em postagem no blog da própria Groq, a empresa informou que “entrou em um acordo de licenciamento não exclusivo com a Nvidia para a tecnologia de inferência da Groq”, sem divulgar valores. O comunicado acrescentou que o fundador e CEO Jonathan Ross, o presidente Sunny Madra e outros líderes seniores “se juntarão à Nvidia para ajudar a avançar e escalar a tecnologia licenciada”.

Ao mesmo tempo, a Groq afirmou que seguirá operando como uma “empresa independente”, agora sob a liderança do diretor financeiro Simon Edwards, que assumirá a posição de CEO. A diretora financeira da Nvidia, Colette Kress, preferiu não comentar a transação.

Davis também disse que a Nvidia está adquirindo todos os ativos da Groq, exceto o negócio de computação em nuvem, o GroqCloud, que não faz parte do acordo. A Groq garantiu que o GroqCloud continuará operando sem interrupções.

A Groq vinha mirando uma receita de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) para este ano, impulsionada pela demanda por chips aceleradores usados para acelerar tarefas de inferência em grandes modelos de linguagem (LLMs). Segundo Davis, a empresa não estava buscando uma venda quando a Nvidia a procurou.

Essa operação é, de longe, a maior aquisição já realizada pela Nvidia. Antes, seu maior acordo havia sido a compra da israelense Mellanox, em 2019, por quase US$ 7 bilhões (R$ 38,6 bilhões). Ao fim de outubro, a Nvidia dispunha de US$ 60,6 bilhões (R$ 334,6 bilhões) em caixa e investimentos de curto prazo, contra US$ 13,3 bilhões (R$ 73,4 bilhões) no início de 2023.

Em comunicado interno obtido pela imprensa, o CEO Jensen Huang afirmou aos funcionários que o acordo ampliará as capacidades da Nvidia: “Planejamos integrar os processadores de baixa latência da Groq à arquitetura de fábrica de IA da Nvidia, estendendo a plataforma para atender a uma gama ainda mais ampla de cargas de trabalho de inferência de IA e em tempo real”. Huang ressaltou ainda que, apesar da incorporação de talentos e do licenciamento da propriedade intelectual da Groq, “não estamos adquirindo a Groq como empresa”.

A Nvidia já havia fechado um negócio semelhante, em menor escala, em setembro, quando gastou mais de US$ 900 milhões (R$ 4,9 bilhões) para contratar o CEO da Enfabrica, Rochan Sankar, outros funcionários da startup e licenciar sua tecnologia.

A movimentação da Nvidia ocorre num contexto em que outras gigantes como Meta, Google e Microsoft também têm investido pesadamente na contratação de talentos e em acordos de licenciamento no setor de IA. A empresa vem ampliando seu apoio a startups do ecossistema de chips e IA, com investimentos em nomes como Crusoe e Cohere, além de aumentar participação na CoreWeave. Em setembro, a Nvidia disse que pretendia investir até US$ 100 bilhões (R$ 552,1 bilhões) na OpenAI — com a startup comprometida a implantar pelo menos dez gigawatts em produtos da Nvidia —, embora um acordo formal não tenha sido anunciado; no mesmo mês, a Nvidia afirmou que investiria US$ 5 bilhões (R$ 27,6 bilhões) na Intel como parte de uma parceria.

Fundada em 2016 por um grupo de ex-engenheiros, a Groq teve entre seus cofundadores Jonathan Ross, um dos criadores da unidade de processamento tensorial (TPU) do Google. No registro inicial feito na SEC no fim de 2016, quando anunciou uma captação de US$ 10,3 milhões (R$ 56,8 milhões), a Groq listou como principais executivos Ross e Douglas Wightman — este último deixou a empresa em 2019, conforme seu perfil profissional.

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