Galaxy Tab S11 Ultra: O Top de Linha da Samsung Que Tenta Desbancar Seu Notebook

25/11/2025
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O Galaxy Tab S11 Ultra chega como o tablet topo de linha da Samsung para 2025, consolidando a proposta de funcionar como alternativa real a um notebook. O modelo mantém avanços importantes da geração anterior, como certificação IP68 e a integração do Galaxy AI em todo o sistema, mas também traz escolhas que levantam a dúvida: ele realmente está pronto para substituir um laptop tradicional?

A seguir, você confere os principais pontos do aparelho em design, desempenho, recursos de IA, uso como “notebook” e custo-benefício.

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## Design

O Galaxy Tab S11 Ultra mantém a filosofia das versões anteriores: é um tablet grande, claramente pensado para lembrar um notebook quando usado com capa-teclado. Seu corpo de alumínio mede cerca de 32 cm de altura, 20 cm de largura e apenas 5,1 mm de espessura, ficando ainda mais fino que o Tab S10 Ultra. O peso também diminuiu: são 692 g contra 718 g do modelo anterior.

Nas laterais, estão os botões de volume e liga/desliga, microfones para captação de áudio e a gaveta para chips. Na parte superior, ficam mais microfones e duas das saídas de som estéreo. Na parte inferior, há a porta USB-C e as outras duas saídas dos alto-falantes.

O acabamento em alumínio passa sensação de robustez e sofisticação, e o tablet chega ao mercado apenas na cor cinza (Moonstone Grey). A proteção IP68 garante resistência à água e poeira. A S Pen continua inclusa na caixa, agora com um novo design em formato hexagonal, que lembra bastante um lápis.

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## Capa-teclado e S Pen

A Samsung segue incluindo a capa-teclado no pacote, mas o acessório mudou de conceito. A nova versão traz pontos positivos e negativos em relação ao modelo anterior.

Entre as melhorias, o destaque é a firmeza: o conjunto fica estável em praticamente qualquer superfície — colo, mesa ou cama —, o que contribui para a sensação de uso semelhante à de um notebook. A digitação é confortável, apesar do layout compacto e simplificado, e o teclado segue o padrão ABNT2, o que ajuda bastante no uso diário.

Por outro lado, há perdas consideráveis. O teclado não é mais retroiluminado e o touchpad foi removido, o que obriga a depender do touchscreen ou de um mouse externo. A capa também não oferece a mesma versatilidade de inclinações nem o uso do tablet sem o teclado, como acontecia com o modelo destacável anterior. Outro ponto crítico: a S Pen não tem proteção ou compartimento dedicado na capa, ficando sempre exposta.

A caneta em si foi redesenhada com formato hexagonal, mais ergonômico e próximo ao de um lápis tradicional. No entanto, ela perdeu as funções via Bluetooth presentes em gerações anteriores, como gestos para tirar fotos ou controlar músicas. Ainda assim, S Pens de outros tablets, como a do Galaxy Tab S6 Lite, funcionam normalmente com o Tab S11 Ultra.

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## Tela

A tela do Galaxy Tab S11 Ultra mantém o tamanho de 14,6 polegadas, o mesmo de outros modelos da linha Ultra. O painel Dynamic AMOLED 2X oferece resolução de 2960 x 1848 pixels (variante de 2K), proporção 16:10, taxa de atualização de 120 Hz com tecnologia LTPO, suporte a HDR10+ e revestimento antirreflexo. O brilho médio é de 1000 nits, com pico de até 1600 nits, excelente para uma tela desse porte.

Na prática, o display é ideal para uso em formato de “laptop”: sobra espaço para multitarefa, consumo de conteúdo (filmes, séries, vídeos) e jogos. Como tablet puro, segurando nas mãos, o tamanho torna o uso mais desconfortável em tarefas ativas como digitação, jogos e navegação intensa por apps.

Com a capa-teclado, a experiência melhora bastante para produtividade e consumo de mídia, embora uma capa destacável pudesse ser mais confortável para quem prefere só assistir a vídeos apoiando o tablet em diferentes ângulos.

Nos jogos, o tamanho da tela e a ergonomia complicam um pouco: usar o tablet sem a capa é cansativo, e com a capa-teclado a maioria dos títulos mobile não oferece suporte adequado a mouse e teclado, o que obriga o uso de um joystick — um investimento extra para completar a experiência.

Em tarefas de trabalho como escrever textos, editar imagens e até fazer edições básicas de vídeo, o desempenho da tela e o formato lembram um PC, mas ainda deixam claro que há limitações típicas de um tablet Android.

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## Processador e desempenho

A Samsung manteve a parceria com a MediaTek e equipou o Galaxy Tab S11 Ultra com o chipset Dimensity 9400+, fabricado em 3 nm e posicionado como concorrente direto do Snapdragon 8 Elite usado na linha Galaxy S25. A GPU é a Immortalis-G925.

No uso real, o conjunto mostra força tanto em CPU quanto em GPU: o sistema é fluido, sem engasgos, e os apps abrem quase instantaneamente. Jogos como Bully: Anniversary Edition, Minecraft e GTA rodam muito bem, inclusive em 120 Hz quando compatíveis.

Em multitarefa pesada, o tablet também se sai bem: é possível dividir a tela entre várias abas do Chrome, rodar o YT Music em segundo plano e participar de chamadas de vídeo no Google Meet sem travamentos perceptíveis. As eventuais limitações encontradas estão mais ligadas ao sistema operacional e ao formato tablet do que ao desempenho bruto do hardware.

Em benchmarks como AnTuTu e Geekbench 6, o tablet confirma a boa performance, respondendo bem a cenários de estresse do chipset.

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## Memória e armazenamento

No Brasil, o Galaxy Tab S11 Ultra é vendido em uma única configuração: 512 GB de armazenamento interno e 12 GB de RAM. Essa combinação atende com folga a maioria dos usuários, seja para apps pesados, arquivos de mídia ou projetos de trabalho.

O tablet não possui slot para cartão microSD, portanto não há como expandir o armazenamento fisicamente. Em compensação, o recurso RAM Plus permite alocar até 12 GB adicionais da memória interna como RAM virtual para otimizar o gerenciamento de apps em segundo plano.

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## Áudio

O Tab S11 Ultra mantém o conjunto de áudio de alto nível da linha. São quatro alto-falantes estéreo, dois de cada lado, com suporte a Dolby Atmos. O volume é alto e a qualidade sonora é bastante competente para músicas, jogos, filmes e séries, dispensando o uso de caixas de som externas na maioria das situações.

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## Sistema, One UI 8.0 e experiência “notebook”

O Galaxy Tab S11 Ultra sai de fábrica com Android 16 sob a interface One UI 8.0. Visualmente, as mudanças em relação à versão anterior são discretas, mas alguns aplicativos da Samsung foram aprimorados — entre eles, o Now Brief, que ficou mais inteligente. Essa camada de software é fundamental para a proposta de usar o tablet como substituto de notebook.

No modelo anterior, o Samsung DeX estava em transição, sem se firmar totalmente como “smartphone gigante” ou ambiente de desktop. Agora, o sistema finalmente consegue equilibrar os dois mundos. É possível usar o tablet no modo tradicional e, ao mesmo tempo, gerenciar apps em janelas como em um desktop, sem precisar ativar um modo específico: basta, por exemplo, usar atalhos como Cmd+Tab para criar e alternar entre áreas de trabalho.

A ativação do DeX ficou mais simples: é possível abrir os apps recentes e criar um novo “desktop” diretamente dali. Pela primeira vez, a maioria dos aplicativos se adapta bem ao uso em modo horizontal, sem a sensação de que estão “esticados” ou mal otimizados. Em versões anteriores, o DeX era mais imprevisível, com muitos apps se comportando de forma pouco funcional.

Na situação atual do sistema, usar o Galaxy Tab S11 Ultra como um notebook se tornou uma tarefa bem mais viável. Ainda há adaptações necessárias, principalmente pela ausência de alguns softwares típicos de PC, mas o uso diário não passa a sensação de atraso em relação a um laptop ou desktop tradicional, considerando o que já existe disponível para Android.

Os apps seguem sendo, em essência, versões para Android com adaptações de interface para telas grandes, em geral no modo horizontal. Os widgets continuam presentes e, graças à tela ampla, há bastante espaço para organizar informações e personalizar o ambiente de trabalho.

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## Galaxy AI

O Galaxy AI no Tab S11 Ultra traz evoluções em relação à geração anterior, sobretudo na parte de criação e edição de textos, acompanhando as melhorias introduzidas com a One UI 8 e já vistas no Galaxy S25 Ultra.

Entre os recursos disponíveis estão:

- Assistente de escrita;

- Notas inteligentes;

- Transcrição de gravações de áudio;

- Intérprete;

- Ferramentas para recriar imagens com IA;

- Auxílio para desenho com IA.

Uma função que se destaca é a Eliminação de ruído, ideal para gravações em ambientes barulhentos. O recurso consegue reduzir ruídos de fundo de forma inteligente, melhorando bastante a qualidade de áudio capturado.

Outro recurso relevante é o Now Brief, que analisa as atividades do usuário no tablet para gerar um “resumo inteligente” do dia, sugerindo, por exemplo, playlists do Spotify, previsão do tempo, notícias e vídeos relevantes no YouTube. A proposta é interessante, mesmo que a função ainda pareça um pouco “escondida” na interface.

Por fim, o Assistente de Saúde oferece insights e orientações baseados em dados coletados pelo Samsung Health, ajudando a acompanhar hábitos de saúde e bem-estar.

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## Conectividade

O Galaxy Tab S11 Ultra vem equipado com:

- Wi-Fi 7;

- Bluetooth 5.4, com codecs A2DP e LE;

- Compatibilidade com sistemas de navegação GPS, GLONASS, BDS e GALILEO.

Por se tratar de um tablet, não há NFC. A conexão física principal é via USB-C 3.2, além dos conectores magnéticos exclusivos para acoplar a capa-teclado.

Na tela, há um sensor biométrico óptico para desbloqueio por impressão digital. O aparelho também incorpora os sensores padrão, como acelerômetro, giroscópio, proximidade e outros. O Samsung DeX funciona de forma sem fio, tanto em PCs (via aplicativo) quanto em Smart TVs da Samsung.

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## Bateria e carregamento

A bateria do Galaxy Tab S11 Ultra tem capacidade de 11.600 mAh, um aumento de 300 mAh em relação ao modelo anterior. Em comparação com o Galaxy S25 Ultra, é como se fossem mais de duas baterias de smartphone em um único dispositivo, embora com diferenças de consumo por conta da tela muito maior e do processador.

A tecnologia usada ainda é íon de lítio, sem adoção de baterias de silício-carbono. O chipset da MediaTek mostra novamente eficiência energética, economizando energia de forma agressiva quando a tela está apagada. No uso prático, o consumo mais significativo acontece apenas com a tela ligada.

Em uso intenso de trabalho ao longo de uma tarde — com navegação constante no Chrome, reprodução de música via YT Music e uso de diversos apps de teste —, o consumo ficou na faixa de 30% a 40%, variando de acordo com brilho e tipo de tarefa. Isso permite estimar cerca de dois dias de uso no perfil descrito antes de precisar recarregar.

O tablet suporta carregamento de até 45 W e, desta vez, a Samsung incluiu na caixa um carregador compatível com essa potência, em vez do adaptador de 15 W do ano anterior. O tempo aproximado para ir de 0% a 100% é de cerca de 2 horas, um resultado condizente com a capacidade da bateria e a potência do carregador.

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## Câmera frontal

Na parte frontal, o Galaxy Tab S11 Ultra apresenta uma mudança importante: em vez do conjunto de duas câmeras usado nas gerações anteriores, há agora apenas uma lente. Considerando o uso típico de um tablet, essa alteração não chega a comprometer a experiência, mas chama atenção pelo contraste com a manutenção das duas lentes na traseira — algo menos relevante, já que tablets raramente substituem smartphones na hora de fotografar.

A câmera frontal é uma ultrawide de 12 MP, otimizada para videochamadas. Ela grava vídeos em até 4K a 30 fps e conta com recursos como modo retrato e outros efeitos oferecidos pelo aplicativo de câmera.

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## Câmera traseira

Na traseira, o tablet traz:

- Lente principal (Wide) de 13 MP, abertura f/2.0;

- Lente ultrawide de 8 MP, abertura f/2.2.

Ambas gravam em até 4K a 30 fps e suportam diversos modos e efeitos da interface da câmera da Samsung. Como esperado, a qualidade geral não se equipara à de smartphones topo de linha, mas atende bem registros pontuais de documentos, quadros, anotações e fotos casuais.

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## Preço e disponibilidade

O Galaxy Tab S11 Ultra foi lançado no Brasil em setembro de 2025 com preço sugerido de R$ 9.999. Com o passar do tempo, já é possível encontrá-lo em ofertas mais agressivas em varejistas nacionais, com valores significativamente abaixo do preço oficial de lançamento.

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## Conclusão: substitui um notebook?

O Galaxy Tab S11 Ultra é um tablet extremamente poderoso e representa o ponto mais maduro da estratégia da Samsung de aproximar seus tablets do universo dos notebooks. O hardware é robusto, a tela é excelente, o áudio impressiona e a One UI 8.0, aliada ao DeX, finalmente oferece uma experiência de “desktop” mais coesa e prática.

O formato, apesar de grande, ainda garante mobilidade superior à de muitos notebooks, já que no fim das contas o Tab S11 Ultra é “apenas” uma grande tela fina e leve.

Por outro lado, alguns retrocessos são difíceis de ignorar: a S Pen sem Bluetooth, a nova capa-teclado mais simples e sem retroiluminação ou touchpad, além da remoção da segunda lente frontal. São detalhes que pesam quando se observa o conjunto como ferramenta de trabalho premium.

Mesmo com o sistema operacional e o hardware preparados para rodar como um desktop em muitos cenários, ainda existem barreiras ligadas ao ecossistema Android: vários aplicativos típicos de PC simplesmente não estão disponíveis na plataforma, o que impede uma migração completa para certos perfis profissionais.

O preço é outro ponto sensível. Para um produto que se propõe a substituir um notebook, o valor de mercado do Galaxy Tab S11 Ultra compete diretamente com laptops Windows e Macs que entregam desempenho equivalente ou superior, além de um ecossistema de software mais completo para produtividade tradicional.

Em resumo, o Galaxy Tab S11 Ultra é uma das experiências mais avançadas que o Android oferece em formato de tablet-híbrido, chegando muito perto de funcionar como um notebook no dia a dia. Porém, considerando o custo e as limitações de software típicas do Android, a troca definitiva de um laptop por ele ainda não é uma decisão óbvia para todos os usuários.

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