Intel aciona na Justiça ex-engenheiro por suposto roubo de 18 mil arquivos confidenciais
Resumo
A Intel moveu uma ação contra Jinfeng Luo, ex-engenheiro de software, acusando-o de se apropriar de cerca de 18 mil documentos considerados ultrassecretos, dias antes de encerrar seu vínculo com a empresa. A gigante dos semicondutores busca uma indenização mínima de US$ 250 mil e afirma que Luo não respondeu às tentativas de contato por mais de três meses.
Quem é o envolvido e o que o processo afirma
- Luo trabalhava na Intel desde 2014. Ele foi notificado oficialmente da demissão em 7 de julho de 2024, com o desligamento formal programado para o dia 31 de julho. O processo não detalha o motivo da demissão.
- A ação descreve duas tentativas de exfiltrar dados após a notificação. A primeira ocorreu oito dias antes do término do contrato (aproximadamente 23 de julho), quando Luo conectou um disco rígido externo ao notebook corporativo; uma tentativa de baixar arquivos foi bloqueada pelos controles internos da Intel.
- Cinco dias depois (três dias antes do último dia), houve uma nova tentativa, desta vez com o uso de um dispositivo de armazenamento conectado à rede (NAS), semelhante a um pequeno servidor.
- Nos três dias seguintes, a Intel afirma que Luo conseguiu baixar quase 18 mil arquivos, entre os quais estariam dados confidenciais. A natureza exata dessas informações não foi detalhada publicamente.
Investigação interna e tentativas de contato
- A Intel sustenta que detectou as transferências de dados e iniciou uma investigação interna assim que tomou conhecimento do ocorrido.
- Segundo a empresa, Luo não teria respondido a nenhuma das tentativas de contato feitas ao longo de mais de três meses, incluindo ligações, e-mails e correspondência física.
- Com a ausência de diálogo e de devolução dos arquivos supostamente apropriados, a Intel ingressou com a ação judicial, alegando violação de leis federais e estaduais sobre segredos comerciais.
- Além da indenização, a companhia solicita uma ordem judicial para que Luo entregue seus dispositivos pessoais para análise forense e a devolução de todas as informações confidenciais copiadas.
Contexto adicional
- Não é o primeiro caso semelhante envolvendo a Intel neste período: em agosto, outro ex-funcionário foi condenado a dois anos de liberdade condicional e à obrigação de pagar US$ 34 mil em multa, após copiar informações da fabricante para buscar emprego na Microsoft.
- A Intel tem passado por um processo de reestruturação, com demissões ocorrendo em ritmo acelerado: menos de dois anos, cerca de 35 mil vagas cortadas em meio à crise financeira que ganhou notoriedade recentemente.
Contexto geral
- A investigação segue em curso, com a Intel buscando não apenas a indenização de pelo menos US$ 250 mil, mas também medidas para recuperar informações confidenciais e inspecionar dispositivos usados pelo ex-funcionário. A case ressalta a importância de mecanismos de proteção de dados e de uma resposta rápida a incidentes de exfiltração, especialmente em grandes empresas com alto nível de confidencialidade em seus materiais.
Observação
- Este caso ilustra os desafios atuais de governança de dados e de segurança da informação em grandes empresas de tecnologia, onde incidentes de exfiltração podem ocorrer nos estágios finais de relação de trabalho e Demandam resposta legal ágil para limitar danos e proteger ativos sensíveis.