## O Futuro Chegou: Seus Próximos Comerciais de Oreo Serão Criados por Inteligência Artificial!
Prepare-se para uma revolução que vai muito além das telas dos seus smartphones. A Inteligência Artificial está prestes a invadir a sua sala de estar, e não estamos falando de filmes de ficção científica. Estamos falando dos comerciais que você assiste todos os dias, e a gigante Mondelez, dona de ícones como Oreo, Chips Ahoy, Milka e Cadbury, está na vanguarda dessa transformação.
A notícia é bombástica: a partir de 2026, a Mondelez começará a veicular comerciais inteiramente gerados por IA. E a ambição não para por aí: o plano é que, em 2027, até o cobiçado intervalo do Super Bowl seja preenchido com peças publicitárias concebidas por algoritmos. É o futuro batendo à porta da publicidade, e ele tem sabor de biscoito recheado.
**Investimento Milionário e a Busca Pela Eficiência Perfeita**
Por trás dessa ousada iniciativa, há uma estratégia clara e um investimento robusto. A Mondelez despejou mais de US$ 40 milhões (cerca de R$ 200 milhões) no desenvolvimento de uma plataforma própria de geração de vídeos. Essa empreitada não é solitária; conta com a expertise de gigantes como Publicis Groupe e Accenture, formando uma aliança poderosa para esculpir o futuro da publicidade.
O objetivo? Reduzir custos de produção em até 50% e, mais importante, acelerar o ciclo criativo de forma exponencial. Imagine testar e lançar campanhas com uma velocidade nunca antes vista, adaptando-se em tempo real às tendências e ao comportamento do consumidor. É a agilidade do digital aplicada à escala da televisão.
**Da Tela do Celular à Grande Tela: A Evolução da IA na Publicidade**
A IA da Mondelez não é uma novidade total. Ela já está em ação nos bastidores, criando conteúdos para redes sociais e enriquecendo páginas de produtos, como você pode ter visto nas descrições da Oreo em grandes varejistas online. Mas o próximo salto é monumental: a criação de peças completas para a TV. Executivos da companhia garantem que o sistema, que hoje já gera vídeos curtos, está em constante evolução e, no próximo ano, estará pronto para entregar comerciais mais sofisticados e envolventes.
**A Linha Tênue Entre a Perfeição Digital e a Percepção Humana**
Contudo, como toda inovação disruptiva, essa transição não vem sem seus dilemas. A Mondelez está ciente de que a aceitação do público pode ser um desafio. Por isso, a empresa adota uma postura cautelosa: por enquanto, não haverá geração de rostos humanos por IA, e todas as peças passarão por uma rigorosa revisão humana antes de ir ao ar. É um esforço para equilibrar a eficiência da máquina com a sensibilidade e o julgamento humanos.
Mas, e se as campanhas forem parecidas com alguns exemplos recentes que geraram debates e até rejeição na internet? A questão que se impõe é ainda mais profunda quando pensamos na natureza da publicidade de alimentos.
**O "Food Porn" da IA: Mais Distante da Realidade?**
Pense nos comerciais de comida que você conhece. Aqueles bolos perfeitos, sorvetes que não derretem, leites que parecem mais densos... A verdade é que, há anos, a publicidade utiliza truques visuais para tornar os produtos irresistíveis. Bolos de espuma, purê de batata no lugar do sorvete, cola no leite para simular cremosidade. As imagens já eram "hiperproduzidas", muitas vezes distantes da realidade física do alimento.
Agora, com a IA, o que esperar? Veremos alimentos "perfeitos" que talvez nunca existam no mundo físico, criados em um laboratório digital com uma precisão assustadora. A pergunta é inevitável: a publicidade vai ficar ainda mais distante da realidade? E, mais importante, isso importa para o consumidor?
Em um mundo que cada vez mais valoriza a transparência e a autenticidade, as marcas podem descobrir que economizar na produção tem um custo maior na percepção do público. A promessa de eficiência e perfeição digital pode, paradoxalmente, colidir com a busca humana por algo genuíno.
Prepare-se: os comerciais de Oreo do futuro podem ser tão artificiais quanto a própria tecnologia que os cria. A era da publicidade gerada por IA chegou, e o debate sobre o que é real (ou "real o suficiente") está apenas começando.
