## O Paradoxo do seu Bolso: Por Que a Internet Móvel Custa Mais Caro, Mesmo Com Você Usando Menos?
Prepare-se para uma notícia que pode fazer seu queixo cair: enquanto o consumo de internet móvel no Brasil dá uma leve freada, o preço que você paga por cada gigabyte está em uma escalada constante. É como se o seu plano de celular estivesse em uma gangorra invertida: quanto menos você usa, mais caro fica!
Um levantamento recente, divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), revela um cenário intrigante no mercado de telecomunicações brasileiro. No segundo trimestre de 2025, o preço médio do gigabyte de internet móvel atingiu a marca de R$ 6,19. Isso representa um salto de 12,34% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o valor era de R$ 5,51. E o mais surpreendente: essa é a quinta vez consecutiva que os relatórios confirmam essa tendência de encarecimento no Serviço Móvel Pessoal (SMP), revertendo um período de queda que durou de 2021 a 2024.
**Menos Uso, Mais Despesa: A Contradição da Internet Móvel**
A matemática parece desafiar a lógica do consumidor. Enquanto o custo por GB sobe, o consumo médio de dados por usuário no celular, pasme, caiu! Entre o segundo trimestre de 2024 e o de 2025, o uso médio despencou 1,25%, passando de 5,63 GB para 5,56 GB.
Como explicar essa conta que não fecha para o bolso do usuário? Simples: embora você esteja usando menos, as operadoras estão arrecadando mais por cliente. A Receita Média Por Usuário (ARPU) total do serviço móvel alcançou R$ 32,73, sendo R$ 27,75 especificamente para o pacote de dados – o principal motor dos planos atuais. Ou seja, estamos, em média, consumindo menos internet móvel, mas pagando uma fatura maior por ela. É um enigma que poucos conseguem decifrar sem sentir o impacto direto no orçamento.
**Banda Larga Fixa: A Boa Notícia que Contradiz a Tendência**
Mas nem tudo é notícia de aumento no universo da internet. Se o celular nos prega essa peça, a banda larga fixa segue um caminho totalmente oposto, trazendo um alívio para os lares brasileiros. No mesmo período, o preço médio do gigabyte consumido no Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) – a boa e velha internet residencial – despencou para R$ 0,25. Uma redução impressionante de quase 18% em apenas um ano!
E a melhor parte? Essa queda no preço veio acompanhada de um aumento expressivo no consumo. Em média, cada domicílio com banda larga fixa devorou 385 GB de dados no segundo trimestre de 2025, um crescimento robusto de 18,36% em relação ao ano anterior. A receita média por usuário nesse segmento ficou em R$ 95,61, mostrando que a competitividade do mercado de banda larga fixa, com 56% das operadoras sendo pequenas e regionais, está beneficiando o consumidor.
**O Poder da Telefonia Móvel na Balança Financeira das Operadoras**
Apesar do cenário de encarecimento para o usuário e queda no consumo, o serviço móvel continua sendo a galinha dos ovos de ouro para as grandes operadoras. A Receita Operacional Líquida (ROL) do SMP alcançou a impressionante marca de R$ 23,84 bilhões no trimestre, consolidando-se como a maior fatia do setor e mantendo uma curva de crescimento invejável.
Enquanto isso, a receita da banda larga fixa se manteve estável em R$ 6,82 bilhões. Já os serviços mais antigos, como a telefonia fixa e a TV por assinatura, continuam em declínio, com receitas bem menores. Essa disparidade evidencia o domínio de gigantes como Claro, Vivo e TIM, que juntas controlam cerca de 95% do mercado de telefonia móvel.
Em resumo, a internet móvel no Brasil nos apresenta um dilema: estamos pagando mais por menos dados. Enquanto isso, a banda larga fixa nos oferece o oposto, com preços caindo e o consumo disparando. É um cenário complexo que exige atenção e, quem sabe, uma reavaliação dos nossos hábitos de consumo e dos planos que contratamos.